quinta-feira, 12 de março de 2009

Barrão 98D


OK. O Zapa se arrasou quando me pediu pra escrever, porque quando vou explicar alguma coisa a alguém gosto de explicar nos menores detalhes, então prepara que o texto vai sair maior que a encomenda. Nunca me pergunte onde fica a padaria.

Bom... eu sou o Barrão, logicamente meu nome não é "Barrão", mas isso é uma outra história. Um buneko que frequentou a Biiiiio entre 98 até 2006 ou nem sei mais quando. Nesse tempo tive a sorte e o prazer (será??) de conviver com ilustres e seletas pessoas a quem sempre considerarei como grandes amigos. O dono desse blooooogggg é uma delas.

Que fim levei eu? Na verdade a gente não tem um "fim". A minha história e a de todo mundo se atualiza de tempos em tempos. Escreverei sobre o que aconteceu comigo desde então.

Depois de me formar eu, assim como 99% de quem se forma aí, fui levado a começar um mestrado. Era em genética, que era a matéria que eu mais gostava, assim como Biologia era o que eu mais gostava no Ensino Médio. Só que fazer mestrado não é mais aprender sobre o que você gosta, e sim pesquisar sobre o que você gosta. E olha minha cara de pesquisador. (o.O) Deu certo? Não. Eu arrancava direto, o projeto era mirabolante demais, meu orientador, viado assumido por sinal, não que profissionalmente isso atrapalhasse, mas na convivência sim, (sou preconceituoso? Talvez.) não me acompanhava direito porque era muito ocupado, enfim. Não deu. Perdi bolsa e tudo mais que eu tinha. Até então meu pai já não me mandava mais dinheiro, mesmo porque já era vergonha 24 anos eu pedir mais, então eu fui arrumar emprego.

Até então pensava que tinha lá vocação parar ser professor, pois na verdade eu não gosto de Lab. Gosto de gente. Ensinar é legal e tudo mais. Meu currículo teria UNICAMP escrito nele e tal. Mas eu esqueci que em Campinas, ter UNICAMP escrito no currículo não era grande coisa. Sem experiência complica também. Acabei arrumando emprego na Claro, pra vender celular pra empresa. No começo era loko, aprendi muita coisa, continuava vivendo com os meus camaradas e tal. No final se tornou ruim, porque o mercado saturou do nada, eu me estressava mega e eu fiquei pobre.

Nesse momento eu vim pra Joinville. Meu pai e meu irmão estavam aqui a uma carinha, meu pai propôs deu ficar um tempo até arrumar emprego e eu vim. Joinville assim como toda Santa Catarina em geral, é muito legal, organizado e bonito. Tem Oktoberfest, tem praia maneira, mulherada, é mais seguro e tal.

Arrumar emprego de cara não foi fácil mesmo com o UNICAMP no currículo. Tem que ter experiência. Acabei antes trabalhando no administrativo de uma empresa aqui, com papelada, computador, essas coisas e depois sim consegui trabalhar como professor pelo SESI. Era EJA (Supletivo) vinculado a empresas da região, para educação dos trabalhadores. Ensino fundamental e médio. Aí sim comecei a fazer algo que curti realmente. Trabalhei por 3 anos lá, mas o tempo vai passando e pequenas coisas vão se tornando grandes.

Pra quem pensa em dar aula, saiba já do seguinte. Ensinar, lá em cima do tabladinho, escrevendo no quadro, explicar a matéria, responder dúvida é realmente muito bom. Mas ao redor disso existem encheções de saco em geral que vão te trincando com o passar do tempo. Aluno chato (tanto o pestinha, quanto a cdf), fazer prova, corrigir prova, folha de chamada, folha de nota individual pra cada aluno, com a data em que realizou a matéria, tudo na mão e no computador. (o computador veio facilitar a vida, mas precisa da assinatura de cada um, logo, são dois trabalhos), agora o principal: pedagogas. Pra que serve uma, ou um pedagogo? Na teoria seria alguém pra melhorar a qualidade do ensino. Na prática alguém que leu muito livro inútil, nunca pegou em um giz e quer saber mais sobre como você deve gerenciar e planejar sua aula do que você. Por exemplo as EL’s (não lembro mais a sigla pra explicar pra quem não sabe o que é) não me serviram rigorosamente pra nada. Assim como um pedagogo pra orientar um professor também não. (Se você é pedagogo, se ofendeu e quer argumentar fique a vontade)

Por causa dessas pequenas encheções que no fim se tornam grandes acabei arrumando confusão com quem não devia e fui mandado embora mês passado, e estou sem emprego no momento.

Não sei ainda o que vou fazer e muita coisa me passa pela cabeça. Não sei se vai dar certo dar aula em outro lugar. Por achar que as “encheções” variam de escola pra escola, ainda procuro lugar pra dar aula. Mesmo porque “encheções” vão existir em qualquer emprego. Queria talvez abrir um negócio qualquer pra eu tocar. (Estou pensando no que seria ainda). Como disse um empresário famoso que não lembro o nome: “A chance de você ficar rico trabalhando pra você é 100 vezes maior do que trabalhando pra outros”. Poderia ser desde bar, ou campinho de futebol pra alugar, estacionamento, até Lan House. Não adianta abrir um negócio que eu não entenda nada. (Loja de cosméticos. ¬¬). Penso até em fazer medicina. (Sim, “chupa medicina”, mas se o cara é biólogo você pergunta com o que ele trabalha, pra um médico não. E levanta a mão quem conhece um médico que ganha menos de mil reais. E bem ou mal, sarar os outros é loko.). Fora isso ainda estou meio perdido, sobre o que quero e fazer da vida. Pra entender mais o porquê de estar perdido preciso descrever a vida pessoal.

Saí daí solteiro. Aqui realmente tem muita mina bonita e elas são mais “gente boa” na balada. Quando você chega e fala “oi” elas não te jogam spray de pimenta. Elas falam “oi”. Copiando frase do Jorge: “As minhas chances aumentam consideravelmente quando consigo engatar uma conversa”. Por isso esse fato do “oi” respondido é uma boa pra quem tava acostumado com “oi” e levava choque daquela maquininha. (ta ligado? De filme.)

Conheci umas mais outras menos até que conheci a Renata. Uma pessoa especial com quem estou até hoje. Moro junto com ela e a filha dela, Isabella, que tem 9 anos. Passamos hoje por um momento difícil no relacionamento, mas acredito que passageiro. Com ela tive um filho, o Felipe. (planejado? Não, mas até aí se só nascesse neném planejado não ia ter ninguém no mundo.) Isso SIM foi o que mudou minha vida. Hoje não penso mais exclusivamente em mim. Minha responsabilidade pulou de 5, pra 85 (0 a 100). Hoje eu penso em mais de 15 dias no futuro. Penso em anos no futuro. Acredito que só vai entender realmente quem também tem filho. É um trabalho, uma pressão e dedicação intensas, mas ao mesmo tempo a maior alegria da vida de uma pessoa.

Bom, falei que ia ficar grande.

Obrigado e desculpa!

Barrão
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=15541479268754667152

PS: Troquei as fotos do elefantinho pq ele começou a chorar, vergonha do filho ver, essas coisas - Zapa

2 comentários:

  1. Na verdade minha frase é " conversou comigo se fudeu " mas tudo bem..... e faltou dizer que vc perdeu o mestrado por causa do Coti.

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  2. Você ja disse essa algumas vezes, mas disse a que eu citei também, lá em PS inclusive. (a única memória boa que tenho é a de lembrar de conversas e frases.)
    O Coti foi uma época antes. Mas os joguinhos equivalentes na época contribuíram sim.

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